24 Abril 2013
17 de Abril de 2013, 17 horas e 21 minutos. O Diário Económico lança um título, baseado num estudo da Universidade de Massachusetts: “Erro no Excel põe em causa estudo que sustenta austeridade”. O estudo agora colocado em causa fora desenvolvido em 2010 por dois académicos da Universidade de Harvard, e especificava uma relação entre o rácio da dívida pública de um país e a contracção média da sua economia.
Antes que pudéssemos fechar a boca entretanto aberta de espanto, pelas 19 horas e 44 minutos a TVI24 põe em causa o estudo da Universidade de Massachusetts que põe em causa o estudo da Universidade de Harvard que sustenta a austeridade. Em forma de pergunta, como que a espicaçar o debate, e baseado num estudo de David Nutt, um ex-conselheiro do governo britânico no combate às drogas, entranha-se-nos no nariz qualquer coisa como: “E se tivesse sido a cocaína a precipitar a crise financeira?”.
Perante uma avalanche de estudos na busca pelas origens, causas e consequências da crise financeira, pelas 22 horas e 52 minutos do dia 17 de Abril um só pensamento me invadia: é necessário mais um estudo para explicar a trapalhada em que estamos mergulhados. Arregacei as mangas e cinco minutos mais tarde estava pronta a conclusão de um estudo encomendado por mim próprio, executado pela minha pessoa, sem aborrecer o reitor da Universidade de Oxford, sem apoios financeiros de qualquer espécie, com uma tosta mista na mão direita e um copo de sumo na mão esquerda: há um excedente de estudos por este mundo fora.