escritos de Pedro Silva

Que contas? Onde foste?

25 Julho 2013

Fui ao parlamento. Mais concretamente ao site www.parlamento.pt, tentar perceber como se financiam os partidos políticos. Disseram-me que as fontes variam entre quotas e contribuições de filiados, subvenções públicas, angariação de fundos, rendimentos de património, heranças (??), e donativos (de pessoas normais ou de tipos com nomes estranhos como Jacinto Leite Capelo Rego). Disseram-me também que cada cruzinha no boletim de voto numas eleições legislativas vale anualmente ao partido político contemplado, 1/135 do IAS (Indexante dos Apoios Sociais), ou seja, 3,10€. Multiplicado por 4 anos de legislatura, do seu voto e dos seus impostos saltam 12,40€ para um partido político. Disseram-me ainda que até ao 5º dia posterior à publicação do decreto que marca a data das eleições, os partidos apresentam ao Tribunal Constitucional o seu orçamento de campanha, e que os orçamentos são disponibilizados no dia seguinte no sítio oficial do Tribunal Constitucional.


Fui ao Tribunal Constitucional. Mais concretamente ao seu site oficial, http://www.tribunalconstitucional.pt, procurar pelos tais orçamentos referentes às eleições autárquicas. Não encontrei. Desiludido, fui procurar pelas contas das eleições de 2009. Bingo! Procurei pelo item “Estruturas, cartazes e telas” no concelho da Figueira da Foz. O CDS-PP não aderiu à coisa. O Bloco de Esquerda gastou 1.000€. O PSD gastou 46.000€, o PS 57.000€ e o Movimento 100% 18.000€.


Fui à máquina calculadora. Mais concretamente ao seu site oficial www.maquinacalculadora.pt, que me disse que se esbanjaram 122.000€ em estruturas, cartazes e telas nas eleições autárquicas de 2009, no concelho da Figueira da Foz. Ora, o Movimento 100% não vai a eleições. Acredito que haja uma ligeira contenção nos custos em estruturas, cartazes e telas. Vou ser meiguinho e apontar para 50.000€. Pronto, ok, estou bem disposto… 25.000€, 1/5 dos custos de 2009, até porque este item não pode agora ultrapassar 25% do orçamento total da campanha. 25 mil euros é dinheiro, que vale ouro num concelho como este, com contas em ordem ou fora de ordem, com fiança ou sem fiança. Ficava bem, mas tão bem, aos nossos amigos candidatos, em nome do superior interesse dos figueirenses, em honra à terra que tanto amam, abdicar em conjunto do item em questão e resolver pequenos problemas pelo concelho fora. Mereciam, aí sim, uma vénia local e uma salva de palmas nacional. Talvez daqui a 4 anos.


Permitam-me terminar a ronda de visitas (sem qualquer subvenção pública). Fui ao site do Expresso, por indicação de um leitor atento. Mais concretamente a esta notícia de Novembro passado: http://expresso.sapo.pt/psd-recusou-poupar-24-milhoes-nas-autarquicas=f767716#ixzz2ZPo9xR6V.
Fui.

já que aqui estás