De entre a imensa lista de defeitos que recaem sobre a minha pessoa, há dois que saltam à vista e aos ouvidos dos meus vizinhos. Não vou às reuniões de condomínio e gosto demasiado de futebol. Se não há muito a escrever sobre o primeiro, o segundo merece-me algumas linhas.
A par de outras temáticas na nossa sociedade, a podridão que grassa à volta do futebol é de tal forma evidente, que ficamos com a sensação que o avanço civilizacional ficou estanque numa enorme poça de lama. Falemos então sobre o desporto-rei. E sobre o Sporting.
Na Figueira, apesar do momento menos bom, o basket é o desporto-rei. Aqui se formaram magníficos jogadores. Aqui se viveram grandes jogos ao mais alto nível. Aqui se conquistaram dezenas de títulos nacionais. Aqui despontaram o Zé Costa e a Ticha. E aqui está sediado o Sporting Figueirense, que comemorou no passado sábado 100 anos de existência!
É presidido pela Oriana, dedica-se exclusivamente ao basket feminino, todas as épocas conquista títulos, coloca atletas nas selecções distritais e nacionais, e acima de tudo faz crescer desportistas e pessoas. Sobrevive do voluntarismo de dirigentes, sócios, treinadores e pais, e numa cidade com quatro pavilhões em escolas, todos os anos o clube tem que desembolsar perto de vinte mil euros para que as suas atletas possam treinar e competir. Muito obrigado e muitos parabéns, Sporting Figueirense!